Em livro de estréia de Paulo Rolando de Lima, as memórias familiares como documento de época

A saga dos Lima
nos espaços difíceis do Sul

O arquiteto, urbanista e professor Paulo Rolando de Lima lançou, em noite de autógrafos no saguão térreo da Biblioteca Pública, pela Humaitá, “Um exercício de memória”, com singelo subtítulo: “Sobre dona Dora e seu Adil”.

Aos 71 anos, é seu livro de estréia. É também uma revelação de escritor que sabe manejar o idioma com sensibilidade, nuance e ótima forma. Um narrador escolado na arte de manter aceso o interesse na leitura.

Ao tomar como fio narrativo o roteiro de vida de seus pais, desde a formação do casal em Itajaí no imediato pós-guerra – ele um trabalhador especializado da construção civil e militante do velho Partidão, ela dona de casa ciosa e zelosa da educação dos filhos, e ocupada em ofícios auxiliares – Paulo Rolando acaba por documentar uma época da história e da política pelo prisma de uma família de brasileiros negros.

A sessão de autógrafos, dia 16 de junho (quando o presente site ainda estava em preparo), lotou o grande saguão da BPP com personalidades da sociedade civil e da comunidade afro-descendente e com os muitos amigos da ilustre família Lima. Lá estavam por exemplo a ex-deputada federal Clair Martins, o publicitário Eldo Ferreira, a advogada Dora Lúcia Bertulio, irmã do autor e um nome fundamental nas lutas pela instituição do regime de cotas para acesso à universidade por parte dos jovens estudantes negros.

A Editora Humaitá se fez presente tanto com exemplares do “Exercício de memória” como com as numerosas outras edições de sua febril atividade em favor da causa negra, sob a liderança e coordenação do editor Kandiero e sua sócia Melissa Reinehr. Veja também, a seguir sobre o livro de Paulo Rolando a resenha escrita a pedido desta Querela pelo historiador José Adil Blanco de Lima, seu filho.

RESENHA                             

Ancestralidade negra, militância política e resistência à ditadura militar do Sul do Brasil 

Por José Adil Blanco de Lima

Paulo Rolando nos apresenta um livro de memórias pouco convencional. Não se trata de uma memória individual, onde o narrador discorre a respeito de sua própria trajetória. Aqui temos uma espécie de memória coletiva, associada ao grupo familiar. Nessas memórias, desvelamos a história de uma família negra e humilde do Sul do Brasil, oriunda principalmente do interior de Santa Catarina, que, apesar de todas as dificuldades impostas pelo racismo e pelo autoritarismo, conseguiu ascender socialmente no decorrer das gerações.

José Adil Blanco de Lima é professor de História junto à Universidade Estadual do Norte do Paraná e filho do autor.

LANÇAMENTO         

Paulo Rolando de Lima na sessão de autógrafos de "Um exercício de memória".
A ex-deputada Clair Martins estava lá
O editor Kandiero, da Humaitá.
Em ação, o fotógrafo Kraw Penas.
Fotos J. Lamarca.
Lotou o grande saguão da Biblioteca Pública do Paraná
Os amigos do arquiteto Paulo Rolando e da família Lima se fizeram presentes.
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A Editora Humaitá leva ao prelo obras associadas à cultura e à causa negra.
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A jurista Dora Lúcia Bertulio, irmã do autor.

Serviço:

Um exercício de memória. Sobre dona Dora e seu Adil, de Paulo Rolando de Lima.

Com 163 páginas, em 28 capítulos, e apresentação do historiador José Rosa da Silva. Inclui fotos e desenhos do autor.

Exemplares a R$ 50,00

Encomendas pelo site da Editora Humaitá:

https://www.humaitaeditora.com.br/

Telefone (41) 98440-7961

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